terça-feira, 9 de março de 2010

Estou de luto

Hoje estou de luto perdi uma leitura =( a vida tem destas coisas

1 comentário:

  1. A noite de ontem parece-me longe demais e o acordar de hoje torna o ontem um sonho distante.
    Sem falta de motivos para sorrir faço-o e a chuva agradece-me regando um jardim que faço meu.
    As rotinas do dia servem apenas para me lembrar o quanto quero quebrar com elas. Sem pressa faço o que tem que ser feito e só depois me sento/sinto em paz.
    As amarras emocionais pedem contactos sociais que eu atraso em matar. Sensatamente escolho parar um pouco para sentir sem pensar. Agarro a minha alva viúva e com carinho e todo o tempo do mundo esmago-a com os meus dedos tão antigos quanto curiosos. Sem cuidar que o faço cuido de muitos enquanto parece que nada faço.
    Embrulhada a viuva na alva mortalha páro para pensar no muito empenho colocado neste híbrido vegetal.
    Como uma familia pode tomar tantas diversas formas e conteúdos sem perder a essência e potencial.
    Como apesar da vontade do sistema em esconder certas verdades a Natureza tem sempre as suas/nossas armas e quando o tempo deixa de ser importante a mudança passa a ser um facto.
    Dou por mim a divagar fora das palavras e do tempo montado no fumo sagrado. Esquecido de mim e dos outros consigo ver mais claramente o que me rodeia.
    Pregando o meu ego numa cruz antiga e lírica cuspo-lhe na cara chamando-lhe bastardo.
    O Amor não veio de mim ,mas um dia apanhei boleia de alguém e não mais saí do barco.
    Cativo dos tempos que passo comigo repouso no cinzeiro este facho encantado e sou aquilo que me toca sem nunca me perder.
    Indicando portas que sempre lá estiveram mas nas quais já me aborrece entrar. Escondido atrás das dores que já aprendi a amar justifico a minha tendência para a contemplação e inspiro novamente.
    Depois de ler mais uma parga de noticias vindas dos mais diversos quadrantes, em várias linguas e com diferentes contextos sociais e culturais reparo que são a mesma chusma de mentiras deslavadas que já estamos habituados a tolerar.
    Sem me preocupar muito ou pouco com essa merda, levo a mão ao cinzeiro e fujo daqui.
    Depois do bem e do mal, da verdade e da mentira, do branco e do negro, há um campo verde e tranquilo, sentado numa pedra estou eu a fumar.

    ResponderEliminar